Nem político, nem polícia, nem ladrão e muito, muito menos a serpente. Bixo mais perigoso que existe é o cidadão de bem.
Em seu discurso, ele diz não se misturar com a gentalha. Não é capaz de reconhecer em si traços do que ele tanto critica no outro. Ele também não consegue compreender muito esse outro - que até parece falar outra língua - e também por isso, o encapsula em suas perigosas generalizações: imoral, irracional, dentre outros, o satânico.
Ele, o homem de bem, se sente puro, separado de todo mal. Uma explicação para a desgraça alheia? Ele diria livre arbítrio, próprios méritos.
Canalha!
Mas calma, ele não é de todo ruim. Ele tem o espírito caridoso. Sua bondosa alma é capaz de levantar fundos no Natal ou chorar de emoção aos sábados vendo o Zé ganhar 10 mil no Luciano Huck depois de passar perrengue durante 2 anos na Rocinha.
O homem de bem... Ele não é capaz de rir de si mesmo. Está sempre atento e de olho pra apontar o erro alheio, de preferência explanando para um terceiro. Ele acusa e julga. É o purgatório incorporado! Ele é do tipo que não suporta contradições, algo que abale seu "incorruptível caráter" e por isso mesmo deixa de enxergar a sua grande contradição: a de que ele é maior sustentador desse sistema que incluí o político, a polícia e o ladrão. Ele é viciado nesse jogo, o ama de paixão, mas jamais conseguiria assumir isto a si mesmo.
Enquanto a serpente? deixa ela procriar...
Cuidado com a versão de homem de bem que você carrega dentro de si.
domingo, 27 de maio de 2018
domingo, 20 de maio de 2018
Refazendo tudo
Trago boas novas!
Não morreremos.
Mas calma,
é que nem nascemos.
Queime sua identidade
e venha comigo
podemos ser patos aos domingos
e segunda não mataremos
mas seremos leão
ah como eu sonhei com isso...
Mas chegou a hora de ser abacate de verdade
em nossa fazenda dividiremos leito com o gado
Mas não duraremos mais que 3 dias
Deixaremos o MST tomar conta
não temos terra nem queremos ter
já nos temos e também não
Nos cortaremos feito pipas
E nos aparemos
Faremos um doce da maçã proibida
Ensinaremos os macacos a fazer fogo
E aprenderemos a não pensar com as cobras
Voltaremos a cidade de quinze em quinze dias
quando não nos perdemos em alguma aldeia indígena
Quem sabe a gente não leve as boas novas como Jesus?
Mas não morreremos por ninguém
Nem seremos guias
Seremos cada instante em que brotar no meio dos nossos seios
Sentiremos o sereno sem contar o tempo
Seremos a risada diante da morte
Seremos idiotas
e acima de tudo, nada.
Não morreremos.
Mas calma,
é que nem nascemos.
Queime sua identidade
e venha comigo
podemos ser patos aos domingos
e segunda não mataremos
mas seremos leão
ah como eu sonhei com isso...
Mas chegou a hora de ser abacate de verdade
em nossa fazenda dividiremos leito com o gado
Mas não duraremos mais que 3 dias
Deixaremos o MST tomar conta
não temos terra nem queremos ter
já nos temos e também não
Nos cortaremos feito pipas
E nos aparemos
Faremos um doce da maçã proibida
Ensinaremos os macacos a fazer fogo
E aprenderemos a não pensar com as cobras
Voltaremos a cidade de quinze em quinze dias
quando não nos perdemos em alguma aldeia indígena
Quem sabe a gente não leve as boas novas como Jesus?
Mas não morreremos por ninguém
Nem seremos guias
Seremos cada instante em que brotar no meio dos nossos seios
Sentiremos o sereno sem contar o tempo
Seremos a risada diante da morte
Seremos idiotas
e acima de tudo, nada.
sexta-feira, 11 de maio de 2018
Carta ao meu inimigo
Caro inimigo,
sinto sua falta.
É que só agora pude notar
o quanto não posso me ser sem ti.
Essa sua cara asquerosa
que me faz o coração bater mais forte
Essa tua maneira estúpida de falar
que me faz perder os brios
Essa tua instransigência
que me faz ranger os dentes
...
Desejo-lhe toda força do mundo
pra que continues sendo assim.
É que a cada burrice sua
Me sinto mais sagaz
É a cada vitória sua
Me repenso e me supero
A verdade é que te amo, mas também te odeio!
Compreende? Espero que não.
Adoro sua incapacidade de não binarizar
Te amo por que te odeio
E te odiando me amo cada vez mais
Que você nunca deixe de ser tão repugnante.
Preciso te odiar
foi assim que eu me criei
foi assim que aprendi a me amar.
(Marcus P. M. Matias)
sinto sua falta.
É que só agora pude notar
o quanto não posso me ser sem ti.
Essa sua cara asquerosa
que me faz o coração bater mais forte
Essa tua maneira estúpida de falar
que me faz perder os brios
Essa tua instransigência
que me faz ranger os dentes
...
Desejo-lhe toda força do mundo
pra que continues sendo assim.
É que a cada burrice sua
Me sinto mais sagaz
É a cada vitória sua
Me repenso e me supero
A verdade é que te amo, mas também te odeio!
Compreende? Espero que não.
Adoro sua incapacidade de não binarizar
Te amo por que te odeio
E te odiando me amo cada vez mais
Que você nunca deixe de ser tão repugnante.
Preciso te odiar
foi assim que eu me criei
foi assim que aprendi a me amar.
(Marcus P. M. Matias)
Assinar:
Postagens (Atom)